Advogado
Que política de habitação?
O executivo socialista de Olhão apresentou, com pompa e alguma circunstância, o seu plano de construção de 54 fogos a custos controlados. A acontecer, esta construção será, nas palavras do atual presidente, lá para o ano de 2022. Se assim é porquê anunciar 2 anos antes e abrir as candidaturas até ao final de 2020? Irá o executivo decidir até outubro de 2021 quem são os escolhidos para a atribuição dos fogos? Claro que não, vão ser centenas de candidatos a aguardar com grande expetativa se serão os selecionados e isto garante muitos votos. Algo de novo? Nada que os socialistas não façam no poder central e local há muitos anos, o que surpreende é a população não perceber este engodo.
Claro que todos já perceberam o objetivo deste anúncio, temos eleições autárquicas em outubro de 2021 e há que começar desde já a propaganda eleitoral com obras a realizar após estas mesmas eleições…
Este executivo que em 8 anos não construiu um fogo anuncia agora 54.
Mas será esta a melhor forma de encarar este problema?
Olhão cometeu alguns erros após o 25 de Abril no capítulo da habitação. Aglomerou bairros sociais e criou guetos que não são bons para quem lá vive e para a cidade. Esta política habitacional está ultrapassada, o correto é o município adquirir habitações dispersas e negociar com os construtores civis, de forma a conseguir apartamentos a preços mais reduzidos e arrendar a valores justos e não oferecendo estas habitações. Veja-se o bom exemplo de Medina em Lisboa.
Na política não pode valer tudo e brincar com necessidades básicas da população, para além de imoral, é politicamente desprezível.